quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CEB REVERTE GOLPE DO DCE-UFPE

Em decisão unânime, o Conselho das Entidades de Base (CEB) ocorrido nesta quarta-feira (22.12.2010) com a participação de 18 Diretórios Acadêmicos, realizou a reintegração de posse da Sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFPE). Indevidamente ocupado desde junho deste ano, mês em que uma tentativa de eleição para esta entidade foi impugnada pela própria Comissão Eleitoral devido ao não cumprimento das diretrizes do Estatuto Eleitoral , uma verdadeira tentativa de golpe, o grupo responsável continuava ocupando o local e se auto-proclamando DCE.
Os Diretórios envolvidos, representando a grande massa de de D.A.s convocados para esta reunião, acreditam neste primeiro passo como indispensável à grande caminhada em defesa de uma Representação Legítima e Democrática dos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sinalizar esta mensagem [jornal-estilhaco] lançamento da 2. Edição








Lançamento da segunda ediçao do Jornal ESTILHAÇO, jornal produzido por varios coletivos aqui de Pernambuco.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Troca de favores políticos na Reitoria UFPE

 

 Urgente - Informações da situação do DCE-UFPE


Desde a eleição para o DCE - UFPE que aconteceu no mês de junho/2010 vem se arrastando uma disputa entre a Reitoria da UFPE e o grupo Correnteza, suposto vencedor do pleito composto por membros do (PCR - Partido Comunista Revolucionário).

Os embates começaram com o cancelamento das eleições por parte da Comissão Eleitoral e tal decisão foi tomada por serem comprovadas fraudes no processo.

As chapas concorrentes CORRENTEZA (PCR) e NÃO PARE NA PISTA (PSTU/ANEL) seguiram o processo eleitoral mesmo com o cancelamento oficial da eleição, inclusive se trancando na sede do DCE para a apuração dos votos.

Mesmo sem atingir o quórum mínimo de votação que já devia ter sido “acordado” entre os candidatos antes da apuração, o coletivo CORRENTEZA (PCR) se auto proclamou vencedor.

Até 2 semanas atrás a reitoria não havia legitimado a tal “eleição” automaticamente vetando o acesso ao dinheiro do DCE.

Porém, não mais que de repente, eis que surge a notícia de que a Reitoria os reconheceu enquanto gestão, entretanto, não sem o seu preço...

Tudo indica que o Reitor Amaro Lins legitimou este processo eleitoral VERGONHOSO para não criar obstáculos no próximo ano (2011) onde provavelmente se candidatará novamente para reitor, ao mesmo tempo em que angaria o APOIO da corja que se favoreceu.

Não podemos aceitar que uma eleição fraudulenta como esta seja legitimada simplesmente pelo desejo de poder do grupo que atualmente domina a Reitoria.

Isto é uma vergonha para o corpo de estudantes,principalmente para os da UFPE.

POR UM NOVO PROCESSO ELEITORAL DEMOCRÁTICO!!

DEMOCRACIA JÁ!!!


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O voto de um amigo

É chegada a hora, foi dada a largada, quem tiver mais amigo ganha. Vai!


É basicamente assim que vem se resumindo as eleições no Movimento Estudantil, que, ironicamente, vem se resumindo mais ainda em eleições. É a disputa clássica por um lugar de destaque no trono do ego. Uma disputa vaidosa que não tem nada a ver com representar o povo, mas sim, a si mesmo. Ou não? Alguém tem que se adorar muito ao ponto de achar que está apto para representar as vontades alheias, tem que ser no mínimo onipresente e onipotente. Mas além do ego, tem que ter alguém que alimente esse ego, ou seja, o amigo. Este serve tanto pra dizer aquele velho “vai amigo, tu pode!” quanto pra o ganho de votos, é claro.

Bem, as experiências que venho acompanhando no ME (Movimento Estudantil), sobretudo no MESS (Movimento Estudantil de Serviço Social) se dão nesse sentido. Recentemente estive no ENESS (Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social) e tive o desprazer de acompanhar diversos embates sobre qual voto defenderíamos.

O desprazer que digo não se encontra na discussão lógica e legitima de qual rumo tomaríamos, mas sim no momento de levantar os dedinhos, pois o que se via era que não adiantava se berrar (e el@S se berravam) e se esgotar em argumentos por vezes até interessantes a respeito de qual seria o melhor caminho. Pior ainda, o “melhor caminho” era rodeado de interesses e armadilhas. E no fim, era horrível o que prevalecia: os dedinhos de amizade. Não importava prestar atenção (se é que prestavam), a opinião política pessoal ou a compreensão do que as votações representavam, a amizade falava mais alto, afinal “meu amigo disse ué, por que devo pensar contrário? ele nunca me enganaria”.

Deixamos os amigos de lado um pouco, pensemos um pouco agora no inimigo. Bem, outra característica interessante que noto desde que entrei no MESS, é que nele se ganha ou se perde inimigos sem muitas vezes saber o porque. E é bem interessante como se ganha tais inimigos, é uma seqüência lógica: se você fica amigo de um grupo, logo fica inimigo do outro, e por isso toma para si a briga de velhos dinossauros do MESS. Não estou dizendo aqui que não existam amizades que sejam construídas de forma limpa. O problema é que muitas vezes, ou por ingenuidade ou por empolgação, se ama a uns e se odeia por tabela os outros que nem tiveram a oportunidade de se mostrarem legais também. É sempre assim, quem chega agora cai de pára-quedas em conflitos que não são seus, se tornam a menina dos olhos de qualquer um que queira ser bem votado nas próximas eleições e são formados para serem os novos quadros do MESS.

A conseqüência de tudo isso é que os debates do Movimento vêm se perdendo de maneira no mínimo enojada, onde os amigos servem como massa de manobra para o alcance dos interesses dos ditos “mais espertos”. E, no fim, afirmam os politiqueiros de amizade, “não, o debate era político, não tinha nada a ver com amizade”. Experimenta votar contra.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

BLOG CORESS UFPE

segue o link do Blogger do CORESS 2010 que acontecerá na UFPE.

link:   http://coressufpe2010.blogspot.com

Nesse Blog vcs encontrarão informações de como anda o procedimento do encontro.

Estamos com alguns empasses enquanto ao alojamento e estamos correndo atrás de concluir isso.

Essas e outras informações, vcs encontrarão no blog.

Pedimos que todos e todas possam acompanhar as atualizações do mesmo, e que possam repassar pras outras escolas pra que elas também acompanhem.

Alunas de Serviço Social no Piauí abandonam prova após lerem texto homofóbico, professor será dispensado.‏

Nesta segunda-feira, metade dos alunos do primeiro período do curso de Serviço Social da Faculdade Adelmar Rosado, em Teresina, abandonaram a prova da Metodologia Científica, de um professor substituto, ao contatarem o conteúdo preconceituoso em uma das questões do exame.

Um dos trechos da prova afirmava: “Deve se considerar também que a própria relação sexual entre homossexuais contraria a ordem das coisas relativa à sexualidade e genitalidade humana”. Uma alunas da sala, que é homossexual, questionou o conteúdo da prova e afirmou estar ofendida com o que leu. O professor, então perguntou se ela gostaria de abandonar a prova. A moça saiu aos prantos da sala e foi acompanhada de outras alunas que procuraram a coordenação pedagógica da instituição que ficou do lado das meninas.

O professor terá que refazer o exame e a instituição prometeu demitir o docente após a nova prova. “A prova será anulada. O texto fere a proposta pedagógica do curso, as diretrizes curriculares e o código de ética da Abepess (Associação Brasileira de Pesquisa de Ensino em Serviço Social). Não é o posicionamento da nossa instituição e do curso”, relatou a coordenadora do curso de Serviço Social da faculdade, Iris Neiva, ao jornalista Carlos Lustosa Filho do site cidadeverde.com.


Leia o texto polêmico da prova:

UNIÃO CIVIL ENTRE HOMOSSEXUAIS

Assistimos à (SIC) pouco tempo na novela da Rede Globo (Páginas da Vida) uma história na qual se mostra a "vida conjugal´ entre homossexuais, inclusive havendo a pretensão dos mesmos adotarem filhos. Ao mesmo tempo, existe projeto na  Câmara dos Deputados em tramitação já há algum tempo para ser votado, visando  legitimar juridicamente o "vinculo conjugal”, que garantiria para os homossexuais os mesmos direitos dos casais heterossexuais.

Diante desta possibilidade de institucionalização do casamento para casais homossexuais, é importante colocarmos a grande responsabilidade dos deputados federais na tomada de decisão em relação ao objetivo de tal projeto. Em razão disto, é que nossos representantes, devem nesta decisão fundamentar-se na ética — que é a fonte do direito — e não simplesmente deixar-se conduzir pelos sentimentos em relação a essa causa, :ou a situação de discriminação, do qual são vitimas esse grupo social, que merece respeito: Em razão disso se faz necessário uma reflexão.

Sendo a vida conjugal uma forma de vivenciar a sexualidade a um nível de maior intimidade afetiva e física, incluindo uma de suas dimensões, que é a genitalidade - capacidade de utilização dos órgãos sexuais - não se pode deixar de reconhecer que no casamento, o aspecto unitivo, que é a manifestação de amor entre um homem e uma mulher, é o que possibilita a concretização de outro aspecto — não menos importante - que é a procriação: a geração de filhos para educá-los.

Contudo, em se tratando da "vida conjugar” entre os homossexuais, constata-se, que, embora o aspecto o unitivo se faça presente entre eles, não se realiza o aspecto procriativo já que este, decorre da união entre um homem e uma mulher e não entre duas pessoas do mesmo sexo. Por isso, essa pretensão entre os homossexuais não tem sentido, não devendo, portanto ser reconhecido juridicamente.

Deve-se considerar também, que a própria "relação sexual" que se estabelece entre os homossexuais contraria a ordem das coisas relativas à sexualidade e genitalidade humana. Sendo o ânus um órgão não receptor, como a vagina, mas expelidor de excrementos, não existem mecanismos facilitadores deste tipo de relação, pois não há nenhuma substância líquida, como no órgão feminino, que possibilite uma relação satisfatória.

Também, por ser uma relação cuja posição não é face a face, mas ao contrário, no mais puro estilo animal, não tem como se expressar o amor de uma pessoa pela outra, já que esta posição revela mais uma instrumentalização do outro, a mera busca do prazer.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SESOEMLUTA INFORMA:NÃO VOTE NESTA ELEIÇÃO DE (D.A) NO SERVIÇO SOCIAL-UFF (DAMK)!!

POR UMA OPOSIÇÃO CLASSISTA E COMBATIVA NA DISPUTA PELO DAMK!


Há tempos, nós estudantes percebemos que o movimento estudantil vem passando por um processo desmobilização, mesmo sabendo dos avanços de precarisação via REUNI (Reforma Universitária) vem avançando real e subjetivamente.

A Escola de Serviço Social- UFF vem refletindo este processo de precarisação em meio a bebedouros com defeitos, professores trabalhando sob forma de contrato, falta de bolsas para os estudantes, limitado acesso a assistência estudantil e agora lotação do bandejão (R.U), principalemnte  no almoço. Mesmo sabendo dessas condições não podemos permanecer na apatia, pois assim não valem de nada as ferramentas teóricas e críticas proporcionadas pelo serviço social que facilitam desdobrar o complexo processo de precarisação advindas do neoliberalismo.
Sabemos que o governo (PT/PC do B) em nada contribui com as lutas, pois age com o propósito de paralisação das mesmas através da cooptação das lideranças dos movimentos sociais para trabalhar dentro da burocracia do governo, se focando nas práticas assistencialistas/reformistas como o bolsa família, assim como amplia a precarisação dos empregos através de terceirizações e implementadas nas Reformas Neoliberais, ditadas pelo Banco Mundial e o FMI.

Contudo, o Movimento Estudantil (M.E) não é diferente, pois a entidade nacional de estudantes, no caso a União Nacional de Estudantes (UNE), serve como correia de transmissão desse governo e por isso deixou a “expansão” falaciosa do REUNI ser aprovada. 
Ao invés de aglomerar,subsidiar e chamar os estudantes para luta, fez propaganda da Reforma Universitária do governo, indo inclusive para o embate físico em muitos momentos para defender essa medida governista.
O Coletivo Serviço Social em Luta entende que a UNE já esta comprada (aparelhada) e a disputa dentro da entidade é equivocada e se resumirá na disputa de cargos burocráticos, que legitimam  através do voto uma entidade que não representa os estudantes.
Entendemos que o M.E deva ter uma representação que reflita e estimule a reflexão dos estudantes trabalhadores para a luta. Mas infelizmente não aprovamos o processo de formação da ANEL puxada pelo PSTU. Pois o Congresso Nacional de Estudantes (CNE) não teve um dialogo real com os estudantes em suas escolas/faculdades (base), sem esquecer que ANEL aceita a integração organizações que disputam os cargos da UNE, o que na prática representa uma falsa ruptura com esta entidade falida. Essa débil proposta acaba por ficar a reboque de uma agenda reformista, esperando que os oportunistas do Psol venham compor. Esse debate é presente em nosso curso (Seso), pois são linhas políticas de atuação que estão em jogo. Devemos negar o legalismo e o cupulismo típico de partidos “eleitoreiros”, correntes, governistas, reformistas e partir para a Ação Direta.
 
A luta estudantil não pode ser entendida isoladamente e por isso afirmamos nosso papel enquanto fração da classe proletária. Isso é importante para entendermos que a classe deve se unir contra governos, patrões e pelegos, que freiam o movimento e hoje a UNE, UBES, CUT, CTB... são estes pelegos, portanto inimigos! Não aceitamos a união com esses setores, pois seria um tiro no pé, um atraso para um trabalho tão difícil. Esta união sem princípios é a representação do colaboracionismo de classe e o retrocesso do movimento estudantil, sindical ou popular. A Chapa 1, agora se apresenta com membros tanto da ANEL, como da OE-UNE e isto é o reflexo da fragilidade no combate a própria UNE e a tentativa equivocada de unificar o que aparentemente seriam projetos diferentes.
Avaliamos que o processo de apatia não tem culpa total na conjuntura, mas na prática reformista que leva todas as lutas a disputa legalista nos espaços oficiais da universidade, ignorando o poder que os estudantes podem ter e com isso nos tornamos reféns dos ataques do governo. Pois sempre que surge uma Ação do protagonismo estudantil temos a esterilização da luta encaminhada por organizações internas do PSTU/PSOL para lutar nos espaços anti-democrático do Conselho Universitário (CUV) ou no fatalismo da própria eleição “ burguesa (Prefeituras, Govs.estaduais e Presidência).

A cultura de poucas assembléias, normas e siglas que não são dialogadas com a base dos estudantes afastam da luta. Temos como exemplo o próprio DCE-UFF, que é majoritariamente composto por setores do PSOL, que não avançam em nenhuma luta, apenas apostam na burocracia e na mentira. Este mesmo grupo é representado pela chapa 2, na disputa pelo DAMK, dizendo-se “oposição” e na verdade isso não é oposição, mas o continuísmo da desmobilização, burocracia e cupulismo legalista, que faz acordos com reitorias e freia as lutas estudantis.
Desse modo, acreditamos que os estudantes precisam participar do processo de formação política de decisões em assembléias comunitárias, de gestão coletiva que formará as coordenações abertas por área de luta com mandatos imperativos e revogáveis para que os coordenadores sigam a linha decidida pela assembléia assim como as decisões coletivas no diretório acadêmico, caso contrário serão destituídos.
O Seso em Luta reconhece a necessidade de uma entidade de base (DAs, CAs) que estimule os estudantes para reivindicar a melhora nas condições de ensino. No nosso curso (Seso), temos reivindicações específicas de grande importância como questões do estágio, Xerox, a falta de professores e tec. Administrativos, laboratório de informática, dentre outros. Mas temos que entender que as vitórias só serão conquistadas travando-se uma luta política e para isso precisamos saber qual o nosso método de intervenção, como estaremos organizados e fortes para avançar seja com as pautas específicas ou as mais gerais.

O Coletivo Serviço Social em Luta é um movimento de estudantes que entendem que somente se colocando independentes dos governos, reitorias, diretorias pelegas e partidos eleitoreiros é que podemos enfrentar os ataques constantes que a universidade pública e a educação como um todo, sofrem hoje.
Dessa forma, colocamos-nos a tarefa de construir debates, fomentando discussões de conjuntura, concepção de movimento e apontar formas de luta, partindo da defesa da Democracia Direta e o método da Ação Direta. Pois estes são elementos imprescindíveis para se travar as lutas junto dos estudantes com caráter combativo e de classe que não se conformam com o sucateamento e mercantilização da educação dentre outras imposições pelo governo neoliberal de Lula e seus aliados.

Sendo assim defendemos que os estudantes podem e devem participar de forma igualitária nos espaços de luta, sem depender de direções que ditam simplesmente o que será feito. Possibilitando DAs e CAs militantes todos os dias do ano e não somente em momentos de eleição, ou seja: entendemos que é necessário encontrarmos mecanismos de mobilização dos estudantes respeitando as condições objetivas de cada um para que participem efetivamente das decisões e da luta concreta. Pois a experiência das ações nos dá condições para impulsionar o movimento entendendo sua dinâmica e por isso não podemos aguardar o momento em que o movimento apresente por si só uma “consciência estudantil” para construirmos espaços de Democracia Direta, isso é tarefa que deve ser construída já, indo na contramão de cargos estudantis que perpetuam um movimento formado por acordos entre cúpulas. 
Nós do Coletivo Seso em Luta não concordamos com a superficialidade gerada pela simples disputa por cargos para compor uma gestão o que não impede de participar de uma disputa pela entidade de base, mas isso significa que para nós a mobilização, apontando a centralidade na ação é o mais importante. A organização deve ser a primeira tarefa de todos aqueles que pretendem transformar a sociedade e neste sentido é necessário reconstruir o movimento, dando-lhe o caráter combativo e classista, mesmo sabendo que na maioria das vezes não vamos atingir nossos objetivos imediatamente, e sim iremos conquistando reivindicações parciais que somadas, nos levarão mais próximo de nossa causa.

Acreditamos que os diretórios acadêmicos devam servir para aglutinar as idéias e também disputas de concepção de movimento, prontos a impulsionar este a partir das reivindicações coletivas e não onde apenas uma vanguarda será responsável por todo trabalho militante, mas onde cada estudante, inclusive os estudantes trabalhadores possam decidir e assumir tarefas, respondendo por elas e subordinando-se coletivamente.

Fazemos, portanto, um chamado ao “NÃO VOTE” neste momento, pois nos entendemos enquanto sujeitos políticos e não podem impedir a nossa participação na disputa política baseados em tramites burocráticos, principalmente de um estatuto que já deveria ter sido revisto. Nossa participação deve ser garantida por nossas propostas e aceita ou não pela base, assim como a forma de organização do próprio DAMK. Queremos a disputa sincera de todos os sujeitos políticos e seus programas, para que a base decida.

Abaixo a burocracia!
NÃO AO MAIS DO MESMO NO DAMK TODOS OS ANOS !!
                  BOICOTARAM A INSCRIÇÃO DA CHAPA CHAPA 3 !!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Relembrando 2005 ( Recife )

Não deixando que aquilo vivido em 2005, e nesse mes de novembro de 2010 completando 5 anos, fosse esquecido, foi feito um breve resumo de tudo  aquilo...





Ao voltar do feriado nos deparamos com um aumento de 9,55% no preço das passagens (a tarifa A passou de R$1,50 para R$1,65 e a B de R$2,30 para R$2,50). A partir de então as ruas de Recife passam a ser palco de grandes protestos que há anos não se viam na cidade.

17 de novembro de 2005 (quinta-feira)

Voltando à rotina massacrante casa/trabalho/casa após o feriado, a população não ficou nada satisfeita com mais um aumento arbitrário. Para o fim da tarde algumas organizações estudantis chamaram um ato contra o aumento das passagens, no entanto quem engrossou esse primeiro protesto foram indivíduos que passavam pela avenida Conde da Boa Vista e espontaneamente aderiram à manifestação.

Desde as 15 horas bloqueios foram feitos na Conde da Boa vista, algumas vezes sendo dispersado pela polícia mas voltava a acontecer em outros locais. Avenida Guararapes, rua da Aurora, avenida Cruz Cabugá também foram pontos de bloqueio, o que fez Recife parar. Afinal “se a passagem não baixar, Recife vai parar!”.

O protesto durou até cerca das 23 horas, durante o período da noite vários confrontos com a polícia ocorreram, algumas pequenas barricadas com entulhos tentaram ser erguidas e alguns lixos foram queimados.

Segundo as fontes oficiais o saldo do dia foi:
-        17 detidos;
-        1 ferido;
-        mais de 50 ônibus marcados pela raiva popular (pixados, quebrados...)

18 de novembro de 2005 (sexta-feira)

No segundo dia de manifestações a mídia corporativa disse que havia cerca de 100 pessoas, enquanto o relato de uma manifestante dizia ter cerca de 300 depois de um certo esvaziamento. A repressão policial foi enorme, a marcha passou pelos principais pontos da centro da cidade. Ao chegar em frente ao Palácio do Governo uma assembléia aberta ocorreu decidindo continuar o protesto e qual percurso tomar.

Alguns confrontos com a polícia ocorreram, mais prisões e mais ônibus atacados. Na avenida Visconde Suassuna a tropa de choque atacou a manifestação pelas costas, lançando bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, spray de pimenta e muitas cacetadas. Alguns sindicatos da redondeza serviram de abrigo para os manifestantes, mas muitos foram presos por estarem encurralados.

Primeiros relatos de prisões ilegais em quartéis começaram nesse dia. Também a partir de então a inteligência da polícia começou a atuar efetivamente tirando fotos e filmando incessantemente.

Segundo as fontes oficiais o saldo do dia foi:
-        30 detidos;
-        mais de 20 ônibus atacados




21 de novembro de 2005 (segunda-feira)

O ponto de concentração do terceiro dia de protesto era na rua do Hospício em frente ao Ginásio Pernambucano. Agrupadas as primeiras pessoas a polícia cercou a concentração, “ninguém entra, ninguém sai!”. O cerco durou durante toda a tarde, em alguns momentos os manifestantes conseguiram driblar a polícia e chegaram a alguns pontos da cidade e resultando em confrontos com a polícia.

A cidade estava em estado de sítio, polícias das mais diversas companhias circulavam pelo centro com armas em punho. A tropa de choque já não mais andava pela parte central da avenida Conde da Boa Vista e preferia a marquise dos prédios para se esconder dos objetos que eram lançados pelos moradores em solidariedade às manifestações.

Houve também protestos na periferia, em Dois Unidos e Beberibe. Lá também foi tenso resultando em alguns ônibus e carros avariados por conta de uma barricada de pneus em chamas.

O saldo oficial do dia:
-        18 detidos;
-        1 ferido;
-        alguns ônibus quebrados


22 de novembro de 2005 (terça-feira)

O dia em que a repressão foi das maiores, quarto dia de protestos. Vários atos descentralizados ocorreram na avenida Caxangá, no Encruzilhada, no centro, entre outros pontos.

Nesse dia o coronel Meira liderando a tropa de choque invadiu a escola ETEPAM agredindo e prendendo professores e alunos que assistiam às manifestações. Alguns alunos ao serem colocados no camburão relataram que policiais abriam uma janela e atiravam spray de pimenta no interior do veículo. Um aluno teve de ser socorrido após tal atrocidade.

No centro da cidade duas meninas foram esfaqueadas por um policial durante um tensão entre polícia e manifestantes. Uma levou 10 pontos e a outra 15.

Um militar reformado teve um cassetete quebrado em sua cabeça por questionar um PM que espancava um manifestante. Ele teve de ser encaminhado ao Hospital do Exército e quase sofreu um traumatismo craniano.

O saldo oficial do dia:
-        mais de 60 prisões;
-        vários feridos

23 de novembro de 2005 (quarta-feira)

A quarta-feira foi o dia da grande manifestação, segundo os organizadores cerca de 10.000 pessoas, enquanto segundo as fontes oficiais não mais de 3.000.

O dia começou tenso com um carro de som apreendido pela polícia na praça do Diário. Em seguida a concentração foi em frente à OAB, com a intervenção da ordem o carro foi liberado pela polícia e a marcha pôde começar.

Passou-se pelos principais pontos da cidade com música, panfletos, faixas e palavras de ordem. A polícia acompanhou tudo de perto, a secretaria de defesa social anunciou no dia anterior que colocaria um efetivo de 1.000 policiais na rua para essa manifestação.

Nenhum ônibus foi quebrado e não houveram nem feridos e nem prisões.

17 de fevereiro de 2006 (sexta-feira)

Passados Natal, Ano Novo, vestibular e férias o movimento enfraqueceu. As reuniões do Comitê contra o Aumento de Passagem e pelo Passe Livre continuaram acontecendo aos sábados e marcou-se uma manifestação para 17 de fevereiro a fim de retomar a mobilização.

O protesto começou em frente ao ponto de recarga do antigo “passe-fácil”, após uma concentração com distribuição de panfletos e um PASSE LIVRE pixado na frente da instituição, o protesto seguiu rumo a avenida Conde da Boa Vista. Lá o tráfego foi parado e na altura da FAFIRE alguns ônibus foram atacados e a polícia acionada.

O saldo foi:
-        8 ônibus avariados;
-        3 detidos

assistam também a esse breve video para ilustrarmos um pouco mais do que foi passado por essas bandas

http://www.youtube.com/watch?v=IEvksEsCNW0&feature=geosearch

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Coletivo Serviço Social em Luta apóia o BOICOTE ao modelo de avaliação do ENADE!!


É, mais uma vez o serviço social e outros cursos foram intimados a fazer o Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (ENADE), uma avaliação que tem caráter punitivo ao invés de assistencial pelo Estado.

Nós do Coletivo SesoemLuta avaliamos que esta é uma dentre outras táticas nocivas do Governo Lula que não Estatiza e não privatiza, mas atua por dentro da instituição pública para degradar lentamente e inserir Parcerias Público Privadas (P.P.Ps) como os cursos de “pós” pagos, serviços terceirizados em condições precárias para o trabalhador e Fundações de direito privado. Seria uma desculpa “velada” e liberal proposta para universidade prover recursos do setor privado que deveriam ser munidos pelo Governo.
Em outras palavras, a tática burguesa tenta “dividir para conquistar”, “degradar para abrir mercado para a iniciativa privada”.

O Estado segue a lógica neoliberal e passa cada vez menos a fornecer recursos financeiros e estruturais para universidade públicas, principalmente as que tiverem a menor pontuação. Configurando um sistema de avaliação meritocrático e mal intencionado.

O ENADE é formulado por membros do Ministério da Educação (MEC) e profissionais indicados pelo mesmo, ignorado o caráter de intermediação que deveria respeitar os valores da comunidade universitária local.
Ninguém melhor para ajudar na formulação da avaliação do que os estudantes, técnicos e moradores do local. Ao invés disto, o ENADE é formatado por uma comissão governista para formular avaliação e os estudantes só responderem o questionário.
Não poderíamos eximir em mencionar que além do Ranqueamento do ENADE possuir um caráter meritócrático já comentado, serve de ferramenta propagandista para as universidades particulares abrirem mercado e aumentar as mensalidades.

Uma Universidade não deve se suprir de recursos que limitam a formar mão-de-obra, quer dizer, somente ao ensino.Ela deve usufruir de estruturas que proporcionem pesquisa, ensino e extensão voltadas para suscitar o intelecto do estudante ao mesmo tempo em que proporcionarem condições humanitárias e emancipadoras para o povo.
Nada mais justo que o acesso direto do povo a universidade voltada para classe trabalhadora que tem seus direitos usurpados pelo Capital todos os dias.

Frisando que o coletivo SesoemLuta não é contra os estudantes das faculdades particulares, somos contra a “mercadológica do ensino”, onde muitas universidades particulares e até públicas formam estudantes nas normas tecnicistas e alienantes da produção.
Nós podemos presenciar umas destas lógicas de ensino nas salas de aula com 60 alunos por 01 professor, que precarisam qualidade de ensino e condições de trabalho ao mesmo tempo em que limita as vagas para docentes.
 No mesmo caminho da “mercadologia do ensino”, podemos ver a formação de Assistente Sociais que atuam como reguladores e fiscalizadores de recursos focando sua atuação para casos emergenciais, paliativos e assistencialistas.

Diferente do caráter de Assistente Social questionador(a), que faz propostas e elabora projetos que estimulem o povo para a emancipação e expansão de direitos. Ou até ser um professor(a) lutador(a) anexo a práxis revolucionária, longe da inércia “academicista”.

Em vista de nosso posicionamento ao BOICOTE, gostaríamos de informar que a prova é obrigatória e “o não fazer dela”, poderá lhe angariar problemas na aquisição do diploma.

PARA BOICOTAR, BASTA ASSINAR!!!

E nada mais claro de explicar que o Movimento Estudantil é formado por estudantes. E você mostra o perfil de sua geração.
Então, qual é o perfil de Universidade que propõe para seus filhos e humanidade?
Podemos chegar até mais presente. Onde você pretende fazer sua Pós-graduação?



PELO BOICOTE DESTE MODELO DE AVALIAÇÃO FALCATRUA !!!
NÃO PAGO, NÃO PAGARIA. EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!!!
PELA ESTATIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES PRIVADAS!!
OUSAR PENSAR, OUSAR FALAR, OUSAR AGIR !!
AVANTE COMPANHEIROS !!
FORA ENADE !!!

COLETIVO SERVIÇO SOCIAL EM LUTA - UFF - UFPE .
REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA (RECC).                  
  
                                          http://sesoemluta.blogspot.com/

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Encontro de Ocupações em São Paulo




Dias 13,14 e 15 de Novembro
A função do Estado é a de nos convencer que possuímos direitos enquanto indivíduos, mas quando procuramos aonde na sociedade estão estes tais direitos, nos deparamos com um mundo cheio de empecilhos: direitos básicos como saúde, educação, saneamento básico e moradia são privilégios restritos a uma pequena parcela da população.Por isso é necessário que nós, os mais prejudicados com o atual cenário,  nos mobilizemos para tornar nossas vidas mais justas
Tendo isso em mente, percebemos o enorme número de imóveis e espaços abandonados que não exercem qualquer função social, e nos perguntamos o porque não tornar esses espaços degradados em moradias e espaços culturais?!
Coletivos de vários estados do Brasil estarão presentes neste evento, apresentando suas realidades, suas diferenças, seu processo e a importância em criar laços nessa luta!
LEIA MAIS

Sábado dia 13 , o evento dá ínicio na Ocupação Prestes Maia.
Domingo dia 14 , oficinas,debates,mostra de vídeo na Ocupação Mauá.
Segunda Feira (Feriado) dia 15 , shows e debates no Espaço Impróprio.
Cronograma Completo:


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Risco de despejo das pescadoras de Sirinhaém (PE) leva a ato público

No estuário do rio sirinhaém, em 1998, moravam 57 famílias. A partir desta data, quando a Usina Trapiche foi vendida do grupo Brennand ao usineiro alagoano Luiz Antônio de Andrade Bezerra, iniciou-se um processo de expulsão das famílias que moravam nas ilhas do rio sirinhaém, hoje restando apenas duas famílias.
A área não pertence à Usina Trapiche, pois trata-se de área de mangue e próxima ao estuário do rio sirinhaém, logo, pertencente à União. A Usina é foreira da área – aforamento, inclusive, muito controverso, que já foi anteriormente cancelado e depois voltou a vigorar-, e com base nisso, utilizou meios violentos e intimidatórios (presença de capangas armados no local, destruição das casas dos moradores etc) para expulsar as famílias.
Apenas duas famílias resistiram corajosamente às expulsões, a de Maria Nazareth, e a de Graça, sendo que a primeira responde à uma reintegração de
posse que  já transitou em julgado -  perdida em todas as instâncias. A Usina tenta agora fazer um acordo com Maria Nazareth, oferecendo-lhe uma casa e um terreno para ela sair da área “pacificamente”, mas Graça – que é sua irmã – haverá de sair junto.
Além da violência perpetrada contra as famílias, a usina também é uma grande poluidora do meio ambiente, tendo desmatado parte do mangue e derramado com frequência vinhoto no rio, matando peixes e poluindo a água. Por conta das violações ao meio ambiente o IBAMA, em 2008, entrou com uma ação civil pública contra a usina. Diante dessas irregularidades, e por pressão das organizações da sociedade civil e pastorais – Comissão pastoral da Terra, Comissão Pastoral dos Pescadores, Terra de Direitos – o Instituto Chico Mendes iniciou estudos para atestar a viabilidade técnica de implantar uma RESEX – Reserva Extrativista, área de domínio público destinada à exploração sustentável e conservação dos recursos naturais.
A reserva, além de proteger o meio ambiente, também garante o direito de comunidades tradicionais que residem no local (como os ribeirinhos) a continuarem morando na área e retirando dela seu sustento. A cessão de parte do território da RESEX para uma comunidade tradicional se dá por meio de um contrato de concessão real de uso da área, e a comunidade passar a gerir o território junto com o IBAMA – ou seja, a Usina fica fora dos  possiveis benefícios que esse acordo pode trazer, e os pescadores que foram outrora expulsos, podem voltar para as ilhas.
Todos os estudos do ICMBio foram favoráveis à implantação, contudo antes do Decreto do Presidente da república tinha que o Governador anuir, e Eduardo Campos não anuiu porque queria inicialmente ampliar a APA (Área de Preservação Permanente) que não confere as mesmas garantias às comundiades tradicionais, como a RESEX. Depois, recentemente, o Secretário do Meio Ambiente colocou que o governo do estado queria, ele mesmo, implantar a reserva, que seria uma RESEX estadual.
Nesse sentido a ação tida como pertinente para o momento pelas forças que apoiam e são o movimento dos pescadores de Sirinhaém é fazer a cena política de constrangimento da Usina, com faixas diante de seu escritório, que fica na Av. Visconde de Suassuna, 393 – Santo Amaro, Recife – PE, 50050-5,  e do que mais a criatividade de quem quer resistir e  pressionar o Governo do Estado para que saia o mais breve possível a construção  da reserva, garantindo assim a permanência dos pescadores na área.
Convite à todxs:

Ato público contra o despejo das famílias de pescadorxs em Sirinhaém e pela criação da Reserva Extrativista de Sirinhaém
Quarta-feira (10) por volta das 17hs, na frente do escritório de advocacia que está cuidando do caso para os usineiros, que fica na Av. Visconde de Suassuna, 393 – Santo Amaro, Recife – PE.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

15 estudantes ameaçados de expulsao da usp

15 estudantes ameaçados de expulsão da USP por decreto da ditadura

 
Quinze estudantes da USP estão sendo ameaçados de expulsão da universidade por meio de dois processos disciplinares internos abertos pelo reitor Rodas a pedido da direção da COSEAS (Coordenadoria de Assistência Social). Ambos os processos se baseiam no decreto 52.906, de 27 de março de 1972. Este decreto, instituído sob a égide do AI-5 (redigido pelo ex-reitor da USP Gama e Silva) vigora na USP de forma “transitória” há algumas décadas, e proíbe greves e manifestações políticas, prevendo sanções para quem “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares; praticar ato atentatório à moral ou aos bons costumes; afixar cartazes fora dos locais”. O Estatuto da USP foi parcialmente reformado em 1988, porém, após mais de 25 anos do fim da ditadura no Brasil, seus fundamentos arbitrários ainda são mantidos.
Os dois processos disciplinares foram instaurados sem abertura de sindicância, prejudicando o direito de defesa dos estudantes, que não conhecem as provas contra eles, e prevêem a pena de “eliminação”. O primeiro acusa quatorze pessoas que supostamente teriam se envolvido na retomada* de parte do bloco G do CRUSP para sua função de moradia estudantil, parte da luta por políticas de permanência estudantil na USP, de “perturbar os trabalhos escolares bem como o funcionamento da administração da universidade”. O caráter de perseguição política fica escancarado no segundo processo disciplinar; instaurado contra três estudantes, sendo que, duas delas, ex-integrantes da Associação de Moradores do CRUSP, também são acusadas no primeiro processo. Este, por sua vez, se baseia na esdrúxula acusação de que essas duas estudantes e mais um estudante da biologia teriam praticado “ato atentatório a moral e aos bons costumes”, supostamente tendo agredido um morador do CRUSP de quase dois metros de altura, que tem por ocupação intimidar e ameaçar estudantes e trabalhadores, principalmente mulheres, por sua participação política. 
Ao mesmo tempo, trabalhadores da USP e seu sindicato - SINTUSP - sofrem mais de 20 processos por realizarem greve e manifestações (direitos constitucionais) na luta pela isonomia salarial. O corpo docente também está sendo atingido, como é o caso do professor do instituto de Ciências Biomédicas, que sofreu suspensão por denunciar à imprensa a acomodação irregular de cadáveres nos laboratórios de sua unidade.
A universidade, local de debate das idéias e da construção do senso crítico tão necessário à formação humana, contraditoriamente, ameaça o direito básico à educação destes 15 estudantes, demite e persegue trabalhadores que aderem a greves e cerceia a liberdade de imprensa e expressão, arrancando cartazes de conteúdo político na moradia e jogando no lixo as edições do Jornal do Campus que noticiavam a ameaça de expulsão dos estudantes.
Rodas, o herdeiro político de Gama e Silva (reitor da USP até 1969 que redigiu o AI-5), que foi a favor dos torturadores do Regime Militar no caso Zuzu Angel, tenta aplicar estas medidas repressivas com o objetivo de esmagar a resistência e organização dos estudantes e trabalhadores para implantar o seu projeto de privatização da USP e cobrança de mensalidades (conforme declaração dada pelo reitor à imprensa).
Mas não permitiremos nenhuma mensalidade e nenhuma punição! Os ataques de Rodas devem ser respondidos com organização e luta, por isso convocamos todos os estudantes para um ato no dia 09 de novembro. Nesta data, o Conselho Universitário discutirá o tema: “estrutura de poder na USP”. Diante do contexto de perseguições, e do posicionamento do atual reitor em defesa de uma maior aproximação da USP com o “mercado”, as perspectivas são um tanto preocupantes sobre o que podemos esperar da discussão sobre o tema num órgão decisório restrito e fechado. Seria de se esperar a proposta de uma gestão da USP compartilhada entre diretores de unidades e donos de grandes empresas, como já ocorre na área da saúde em São Paulo, ou até mesmo a presença de representante da FIESP no Conselho Universitário, já que a atuação de Rodas é declarada no sentido de subordinar a universidade aos interesses das grandes empresas. Não podemos permitir que decisões de tal porte sejam tomadas à revelia de estudantes, trabalhadores e professores. Assim, convocamos um ato na frente da reitoria durante a reunião do Conselho Universitário para fazer frente às medidas repressivas e privatistas de Rodas.
Ato contra a perseguição política
9/11/10 (terça-feira) Concentração a partir das 09 horas
Em frente à portaria B da Reitoria
Exigimos: Retirada dos processos contra estudantes, trabalhadores e professores! Pela revogação do decreto 52.906! USP pública e gratuita!

*No início deste ano, diante do grande número de estudantes sem vaga e da recusa da COSEAS em cumprir seu papel de promover a permanência estudantil, por deliberação da Assembléia de Moradores do CRUSP, parte do bloco G do CRUSP foi retomado por estudantes para fins de moradia

Carta convocatória aos amigos do Xingu - Impedir a construção de Belo Monte

Caros amigos

Passadas as eleições e definida a vitória de Dilma Rousseff, o tema
de Belo Monte, que causou certa polêmica no segundo turno em função
de questionamentos ambientais, deve adormecer no debate público e
acordar nos bastidores do poder.

Apesar das várias Ações Civis Públicas que tramitam na Justiça
contra a usina, e do não cumprimento da maioria absoluta das
condicionantes impostas pela Licença Prévia concedida pelo Ibama, os
empreendedores e o governo federal pretendem manobrar para que saia
uma licença provisória que permita o início das obras no rio Xingu
nas próximas semanas.

O momento é crítico, e agora, mais do que nunca, precisamos que
TODOS NÓS nos mobilizemos, num exercício de militância, para ajudar
a impedir esse desastre.

Uma das ajudas possíveis e muito fáceis é participar via internet
dos processos de pressão e de divulgação de informações sobre
Belo Monte. Para isso, disponibilizamos alguns instrumentos de
comunicação, que apresentamos a seguir.

No dia 20 de outubro, o Movimento Xingu Vivo para Sempre lançou seu
novo site, http://www.xinguvivo.org.br
, uma ferramenta adicional para levarmos informações, opiniões e
demandas sobre os processos de oposição à construção da
hidrelétrica de Belo Monte para um público mais amplo.

O site está estruturado de forma a trazer noticias do cotidiano das
lutas das populações do Xingu e do MXVPS e seus parceiros,
repercutir matérias da imprensa e apresentar nossos vídeos e fotos,
mas também disponibilizar estudos, dados técnicos, processos
jurídicos e outros documentos de grande importância para pesquisa.

De fácil navegação, nossa página traz na parte central, em
“últimas novidades”, nossos posicionamentos, informações sobre
nossas atividades e notícia que julgamos de grande relevância. Logo
abaixo, em “deu na imprensa”, disponibilizamos, em forma de
“clipping”, matérias produzidas por veículos da grande imprensa
ou de organizações aliadas.

Na coluna à direita, acima, temos nossa seção de vídeos,
publicados na nossa página do Youtube, além de outros materiais
audiovisuais produzidos por nossos parceiros. Para ver todos os
filmes, basta clicar em “ver mais”.

Logo abaixo, disponibilizamos uma série de documentos importantes
sobre a usina de Belo Monte e os aspectos que a cercam.

Em Perguntas frequentes, buscamos organizar alguns dados relevantes,
de forma simples e concisa, que trazem os principais dados sobre os
impactos da obra. Os números apresentados nessa seção foram
checados e são os oficiais utilizados pelo MXVPS.

No Histórico, recuperamos dados da história do projeto de Belo Monte
desde a década de 1980 até o seu atual estágio.

Em O projeto, disponibilizamos documentos oficiais do Consórcio Norte
Energia, como o Estudo de Impacto Ambiental e os mapas produzidos pelo
empreendimento.

Nas seções Impactos sociais, Impactos econômicos e Impactos
ambientais, buscamos disponibilizar documentos e análises que
discutem estas questões e trazem informações de especialistas nas
respectivas áreas.

Em Questões jurídicas, estão documentos referentes aos
questionamentos legais de Belo Monte, como Ações Civis Públicas,
representações a diversos órgãos e instituições financeiras,
dados sobre o estado de (não)cumprimento das condicionantes, entre
outros.

Em Análises técnico-cientificas, disponibilizamos o trabalho do
Painel de Especialistas sobre Belo Monte, desenvolvido por cientistas
e pesquisadores de várias universidades brasileiras e dos exterior, e
que representa uma das mais completas avaliações de impactos da
usina. Também subimos o link do livro Tenotã Mo, de Oswaldo Seva e
Glenn Switkes, principal obra sobre os aspectos relevantes que cercam
Belo Monte.

Por fim, em Soluções e alternativas, buscamos apresentar algumas
propostas e trabalhos que apontam formas limpas de geração de
energia no Brasil, e que poderiam ser implementadas como reais
alternativas às megahidrelétricas planejadas pelo governo.

Participe!

Assim como o Movimento Xingu Vivo para Sempre, nosso site é fruto de
uma construção coletiva, e precisamos muito da colaboração dos
amigos para dar corpo e eficácia a esse instrumento de comunicação.
A página ainda está em processo de inclusão de conteúdo, e
opiniões de todos serão muito bem-vindas.

Paralelamente aos site, também temos nossas redes sociais, como
Twitter, Facebook e Orkut, instrumentos que usamos para dar
capilaridade às nossas informações a alcançar um público cada vez
mais amplo e diversificado, que possa se unir a nós.

Uma das formas mais simples de ajudar a campanha contra Belo Monte é
divulgar ao máximo o nosso site para todas as suas redes e amigos.

Se você tiver twitter, facebook ou orkut, também pode nos seguir e
reproduzir em suas redes. Nossos links são
http://twitter.com/xinguvivo
, http://www.facebook.com/group.php?gid=130833970297954
 e http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=2540907695900017321

No nosso site, na parte superior, também temos um link para a
petição contra Belo Monte, e precisamos muito de mais assinaturas.
Você pode assinar e também enviar um pedido a suas listas e amigos
para que a assinem. O link é
http://salsa.democracyinaction.org/o/2486/o/2486/l/por/p/dia/action/public/?action_KEY=4772
.

Você também pode ajudar (e muito) mandando sugestões e
colaborações de textos e documentos para publicação no nosso site.
Os materiais podem ser enviados para Verena Glass, no e-mail
veglass@uol.com.br, ou para editor@xinguvivo.org.br.

Por fim, estamos criando alguns instrumentos de interatividade, como
bate-papos virtuais com especialistas e militantes em nosso site, e a
sua participação também é essencial.

Contamos com a colaboração URGENTE e de enorme importância de cada
um de vocês.

Grande abraço

Movimento Xingu Vivo para Sempre

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CNS contesta lei que reduz a 30 horas a jornada semanal de assistentes sociais

A Confederação Nacional de Saúde (CNS), entidade que representa, em caráter nacional, a categoria econômica das empresas de prestação de serviços de saúde, contesta, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4468, ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF), os artigos 1º e 2º da Lei Federal nº 12.317/2010. Essa norma acrescentou o artigo 5-A à Lei Federal nº 8.662/93. As alterações promovidas reduziram a jornada de trabalho dos assistentes sociais de 44 para 30 horas semanais e aplicam a medida também aos contratos já vigentes, ao mesmo tempo em que vedam a redução dos salários desses profissionais.
Na ação, a CNS pede, no mérito, a declaração de inconstitucionalidade da lei. Pede, também, a suspensão, em caráter liminar, dos dispositivos impugnados, por considerá-los “incompatíveis com a sistemática constitucional dos direitos sociais e econômicos, fatores institucionais constitutivos da democracia brasileira e do modelo de estado adotado pela Constituição Republicana vigente”.
Isto porque, segundo a entidade patronal, “estas normas impedem as negociações sindicais entre empregados e empregadores sobre duração de trabalho dos assistentes sociais e o piso salarial do grupo profissional, considerando o equilíbrio econômico do setor de saúde brasileiro”.  
Assim, sustenta a CNS, violam o disposto no artigo 8º, incisos III e VI, da Constituição Federal (CF), que dispõem, respectivamente: “Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas (inciso III) ” e, ainda: “É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho (inciso VI).”

Jurisprudência trabalhista
A Confederação observa que a jurisprudência trabalhista “assenta que a redução da jornada de trabalho e a redução salarial necessitam de negociação coletiva, com a indispensável intervenção da entidade sindical que, após a promulgação da Constituição Federal (CF) de 1988, se tornou obrigatória”.  Nesse sentido, cita acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9), no Recurso Ordinário nº 10.919/92.
Esse entendimento, segundo a entidade patronal, “é também confirmado pela ratificação das Convenções nº 87 e 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)”. “A sistematização dos artigos 4º da Convenção nº 98-OIT com os artigos 3º e 8º, todos da Convenção nº 87-OIT, preconizam a autonomia sindical, estabelecendo a negociação entre empregadores e empregados como instrumento adequado ao desenvolvimento da relação de trabalho”, afirma.

Exemplo francês
A CNS recorda que a França, país mais desenvolvido que o Brasil que adotou a jornada de 35 horas, “enfrenta sérias dificuldades em seu processo produtivo por causa das consequências oriundas da lei que a estabeleceu”. E a lei brasileira, lamenta, “ainda estabeleceu duração de trabalho inferior ao patamar francês”.
“Como consequência, este fato contribuirá para o fomento do processo inflacionário, na medida em que as empresas do setor de saúde não possuem estrutura econômica para suportar os custos advindos desta medida eleitoreira, as quais serão obrigadas a repassá-las para o consumidor final”, afirma a entidade.
“De igual modo, a medida guerreada certamente contribuirá para a falência das empresas do segmento hospitalar, que não conseguirem se enquadrar na sistemática do repasse de preços, gerando, por via reflexa, o aumento do custo do serviço de saúde e o desemprego”, acrescenta.

Estresse
A CNS lembra que, durante os debates sobre o projeto de lei contestado, falou-se na necessidade de redução da jornada de trabalho em virtude do estresse a que são submetidos os assistentes sociais. Entretanto, segundo a entidade, “inexistiu estudo científico que respaldasse o trabalho legislativo”.
“O trabalho prestado pelo assistente social não é mais estressante do que o realizado por médicos, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e fonoaudiólogos, dentre todos os outros profissionais vinculados ao setor de saúde”, sustenta.
“De igual modo, trabalhadores de outros segmentos sociais como economistas, juízes, policiais, também não estão submetidos a pressões psicológicas menores do que o grupo beneficiado com a lei em comento”, observa. Por isso, segundo ela, “carecem de legitimidade os fundamentos utilizados pelo legislador para a edição da Lei Federal nº 12.317/2010”. 
A ADI está sob relatoria do ministro Celso de Mello.

ASSEMBLÉIA DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO SETOR PUBLICO - 04/11 (PL 30 horas ) SP

    Nessa quinta - feira 04/11/2010 ás 14hrs irá ocorrer a Assembléia Regional dos assistentes sociais do setor público em prol da efetivação da PL 30 horas, no auditório do Hospital Ermelino Matarazzo, na zona leste!
     Essa assembléia faz parte das deliberações que foram aprovadas na ultima reunião do sindicato dos servidores publicos que ocorreu no dia 14 de outubro de 2010.
     O próximo passos será a organização da categoria para fazer uma manifestação no dia 23 de novembro no centro de São Paulo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Projeto Pedagógico de Criação do Curso de Graduação em Serviço Social par Assentados da Reforma Agrária

Depois de discussões foi aprovado por unanimidade o Projeto Pedagógico de
Criação do Curso de Graduação em Serviço Social par Assentados da Reforma
Agrária na Universidade Federal da Paraíba.

A indicação para coordenação é o professor Cézar henrique Coelho Maranhão e a
professora Claúdia Maria Costa Gomes, sendo Coordenador e vice-coordenadora
respectivamente.



Porem Essa aprovação deve ser refletida de forma critica, o  curso já passa por um processo de precarização. Com aprovação do REUNI onde duplicou o número de vagas, inclusive esse projeto foi contruido em um feriado de 07 de Setembro na casa de uma professora. Agora a aprovação as escuras do Curso de Graduação em Serviço Social para Assentados da Reforma Agrária. Se já sofriam com a falta de professores agora  PODE piorar...
Tudo se deu as escuras, os estudantes de Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba nem  sabiam da existencia desse debate... alega-se que Todas as coisas se deram no escuro!

sábado, 30 de outubro de 2010

Voto ou Ação Direta: Liberdade da Lei Áurea ou de Palmares

Vocês estão sendo enganados, bons eleitores,
vocês estão sendo ludibriados, eles os bajulam quando dizem que vocês são
a justiça, o direito, a soberania nacional, o povo-rei, homens livres.
Colhem seus votos e é tudo. Vocês não são mais do que frutas... bananas.
Zo d’Axa. “Aos eleitores”. 3 de maio de 1898. Mais um ano eleitoral
chegou. E, mais uma vez, lá estão os políticos. Nas ruas, nos jornais, nos
onipresentes “santinhos” ou na tela da televisão: prometem transformações,
vomitam slogans ridículos, dizem que “agora vai ser diferente”. No
entanto, passam as eleições e as coisas não mudam profundamente.
Escândalos de corrupção, elevados níveis de violência, precário sistema
público de saúde, falência da educação, repressão aos anseios camponeses
por reforma agrária, criminalização de movimentos sociais populares.
Mazelas e misérias historicamente construídas pelo modo capitalista de
viver e de organizar a sociedade. Se há mudanças mínimas, liberdades
duramente conquistadas e relativos alargamentos na “área da cela” na qual
sobrevivemos (como diria o anarquista Noam Chomsky) elas foram fruto da
pressão de movimentos organizados, do clamor das ruas. Movimentos que não
se contentaram em ser guiados pela pauta das casas legislativas. Ainda
que, a partir do século XVIII, a burguesia tenha se voltado contra o
absolutismo do Antigo Regime – em nome de “liberdade, igualdade e
fraternidade” – a noção de soberania popular foi se relativizando (e se
enfraquecendo) na medida em que o poder burguês foi consolidado. Uma vez
no comando, a burguesia não hesitou em limitar a participação popular a um
mínimo, utilizando-se de ferramentas tanto de repressão quanto de
convencimento. E, com muito custo, foi absorvendo em seu favor alguns dos
anseios das massas – sufrágio universal, participação da mulher, voto
secreto, etc. Atualmente, os elementos persuasivos são largamente
utilizados por um eficiente aparato de propaganda. O slogan governamental
decreta: “O destino do eleitor está em suas próprias mãos”. Assim, o
discurso oficial identifica o ato de votar (ou apertar botões, em sua
versão mais moderna) como o momento máximo de “cidadania”. Não se discutem
evidentemente, os limites desse modelo ou as formas de aumentar a
participação de todos em seus destinos, de modo efetivo. A eleição acaba
sempre sendo um bom negócio paras as elites. Uma das maiores armas das
oligarquias é justamente a desmobilização – que se amplifica ciclicamente
no ritual das urnas. A direita só clama por mobilização popular quando se
organiza com vistas ao retorno da “ordem” ou ao fascismo. Mas o fascismo
torna-se necessário apenas quando as ameaças parecem transbordar as urnas,
e as ameaças às estruturas do sistema só ocorrem com muita mobilização e
organização popular. A pseudodemocracia vigente adormece a possibilidade
de esclarecimento, de conscientização, de organização e de ação política
em seu sentido mais incisivo: o de atuar na pólis, na cidade, no bairro,
no cotidiano, a partir de organismos autônomos, horizontais, assembleias,
associações de bairro, conselhos de operários – ou quaisquer outras
definições do que, na essência, significa democracia direta. Os
anarquistas sempre estiveram atentos frente às estratégias mistificadoras
da democracia burguesa. Buscando fugir da ação política institucionalizada
– como diria Jaime Cubero, essa grande “arma burguesa de retardamento” da
democracia direta – a proposta anarquista caminha no sentido de estimular
a autonomia, o protagonismo dos cidadãos, a política feita de forma
direta; distinguem-se assim de outros setores da esquerda que apostam em
vias eleitorais. A participação nas eleições pelos partidos políticos de
esquerda nos mostra a problemática de usar meios inadequados para alcançar
certos fins. Há os que querem usar as eleições “apenas como propaganda”,
como se fosse possível competir com o aparelho burguês por seus próprios
mecanismos, sem caricaturar ou ridicularizar as propostas socialistas em
rede nacional! Outros dão ênfase apenas à questão tática da eleição,
argumentando que seria perfeitamente possível aliar a luta parlamentar às
estratégias de massas – a dos movimentos sociais. No entanto, percebe-se
que essa ação “inofensivamente” tática vai se tornando paulatinamente
“estratégica”, fazendo que estes grupos progressivamente deformem o
projeto original que defendiam. Estes vão ajustando lentamente seus
projetos aos meandros da democracia burguesa, dos gabinetes, das condições
legais, muito eficazes em anular projetos radicais. Não se trata de uma
questão substancialmente “moral” ou de “traição” – ainda que a imoralidade
e a mentira possam também fazer parte de todo o processo. Estamos falando
de um tipo de dinâmica que é própria da ação parlamentar: a ação
institucional vai solapando a ação de massas. O que era um projeto
“periférico” ganha cada vez mais contornos de “centro”. Nas novas
periferias geradas no processo, ficarão os movimentos sociais que esses
partidos hegemonizam ou influenciam (as suas “bases de apoio”). Os
parlamentares e mandatos “combativos” destes partidos de esquerda – já
encastelados como centros, ou seja, poderosos aglutinadores de recursos
financeiros e políticos – impõem assim o ritmo das lutas de fora para
dentro dos movimentos. O resultado é o pior possível: movimentos que ficam
subordinados aos limites da legalidade burguesa ou às figuras carismáticas
– a forma mais irracional de subordinação política. A elite sabe que, se
um candidato “radical” se candidata para contestar estas estruturas, é
possível aplicar a mais antiga das fórmulas democrático-burguesas: caso se
candidate que JAMAIS se eleja; caso se eleja garanta que não governe; e
caso governe... derrube-o! Nestas eleições, portanto, tanto faz votar
nulo, no “menos pior” ou não ir votar. O voto útil “contra a direita” e a
política cínica (ou ingênua) do “melhorismo” ignoram que os exploradores
já têm seus postos garantidos na estrutura de poder independente do
resultado das eleições: estão representados no BNDES, nos projetos das
empreiteiras, nos monopólios de comunicação, nas estruturas verticais de
trabalho e de organização e no extermínio da juventude pobre e negra pela
polícia. Um governo “mais à direita” pode reprimir mais os movimentos
sociais é verdade. Um “mais à esquerda”, pode ao invés de reprimi-los,
comprar ou cooptar os movimentos. Contudo, os prejuízos de ambas as
políticas são igualmente terríveis, se a primeira ataca mais os direitos
dos trabalhadores, a segunda os desarma completamente para defendê-los. Os
governos evidentemente mudam, e enquanto houver capitalismo, todos sabem
que isso não é nenhuma novidade. Deveríamos nos perguntar, não as
condições que desejamos para construir nossas lutas, mas sim, como podemos
impor nossas pautas – a dos movimentos sociais –, aos carniceiros, sejam
eles de direita ou de esquerda? Que tática e princípios nos servimos para
enfrentar a repressão ou a cooptação? Decerto não os removeremos destes
postos sem um intenso e árduo trabalho de organização popular que possua
fins revolucionários. Para isso, é necessário criar, fomentar e
desenvolver a autonomia da classe em seus próprios organismos;
fortalecermos um movimento de movimentos; criarmos um povo forte. Um povo
que não dependa de líderes, messias ou candidatos a super-heróis. É
somente pela base que construímos experiências concretas de organização
popular e assentamos as experiências de poder popular. Com a massificação
dos organismos populares e a generalização da democracia direta, poderemos
um dia ameaçar a ordem vigente e construir, nos mecanismos que levam à sua
ruptura, uma nova experiência político-social. Assim fizeram os comunnards
da Comuna de Paris em 1871; os trabalhadores espanhóis em 1936; os
operários e camponeses russos em 1905 e 1917. Assim fazem os zapatistas, e
assim fez o povo de Oaxaca em 2006, que, com suas assembleias populares,
expulsou o governo e a polícia da cidade e se autogeriu politicamente,
dando vida à Comuna de Oaxaca. Aqui vamos tentando, experimentando e
caminhando; mas tendo a certeza de que os caminhos da emancipação popular
definitivamente não passam pelas urnas. Se passassem – parafraseando um
velho ditado libertário – as eleições seriam obviamente proibidas. Outra
Campanha: Nossas urgências não cabem nas urnas! A Outra Campanha –
inspirada no exemplo de ação autônoma dos zapatistas mexicanos – busca
construir uma nova forma de fazer política, com base no protagonismo e na
luta popular. E, em vez de pedir o voto, incita a organização autônoma, a
formação de coletivos, a vontade de interferir no próprio destino. E, no
lugar de “santinhos” e slogans, quer: “autogestão, cooperativismo, ajuda
mútua, ação direta, ocupações, mobilizações, socialismo libertário, gestão
não-hierárquica, democracia direta, organização em grupos locais e
coletivos em federações, e reforma agrária coordenada pelos próprios
camponeses”. No Brasil, a Outra Campanha está sendo organizada por vários
grupos e conta com adesões nos estados do Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio
de Janeiro, São Paulo, etc. Saiba mais sobre a Outra Campanha no site:
http://outracampanhabrasil.blogspot.com [1] Apud: VVAA. Os anarquistas e
as eleições. São Paulo: Imaginário, 2000. [i] O que leva a deformações
como assistir a partidos de esquerda falarem em rede nacional, de
“democracia direta”. [ii] Foi assim com o PT e com a maioria dos partidos
verdes da Europa, que, partindo de projetos gestados no interior dos
movimentos sociais, tornaram-se apenas geradores de quadros da nova
burocracia. [iii] Ou diríamos “a infantilização da política”? Uma projeção
da forma familiar paternalista-burguesa ao nível político? [iv] Cf. COUTO,
Evandro. Como Votam os Anarquistas? In Socialismo Libertário nº 18.
Publicado no LIBERA # 146