sexta-feira, 15 de junho de 2012
A Reforma do Ensino Superior
A Situação da Educação no Brasil
A educação brasileira encontra-se
em um quadro lastimável. Caminha cada vez mais para a privatização. Seja diretamente, via
financiamento das universidades privadas ou indiretamente com ampliação da
participação e direcionamento das empresas nas pesquisas universitárias. Para
conseguir realizar estas reformas o governo petista contou com apoio da UNE e
CUT, e iniciou uma ofensiva contra a Universidade Pública brasileira, ainda
elitista, dourando seus programas de democráticos. Agora o desgaste do verniz
começa a mostrar a verdadeira face do projeto educacional da aliança do governo
com empresários da educação, industriais, UNE e CUT.
A Reforma do Ensino Superior
A reforma do Ensino Superior começou com aprovação das seguintes
medidas: 1) O projeto de Parceria Público Privado (Lei 11079/2004); 2) a
legalização das fundações; 3) o Programa Universidade Para Todos (PROUNI), Lei
11096/2005, que paga as Universidades Privadas bolsa para estudantes pobres e
ainda abona essas de pagarem impostos; 4) o projeto de lei 3476/2004 (Lei de
Inovação Tecnológica); 5) o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior
(SINAES), Lei 10861/2005, que através do ENADE, procura avaliar os alunos e as
universidades através de critérios meritocráticos e estabelecido de forma
anti-democrática.
As cinco MP’s aprovadas têm como objetivo único adequar as
estruturas universitárias às demandas das corporações. Isso quer dizer que com
essas leis as universidades passam a atuar como parceiras das empresas, no
desenvolvimento de pesquisa a preço menores e na formação de uma mão de obra
qualificada e “pacífica”, adestrada, naqueles centros de excelência. Na prática
as cinco leis, funcionam interligadas.
O “Grand Finale” seria
o anteprojeto da Lei Orgânica do Ensino Superior, o Projeto de Lei nº 7.200/2006, que tramitava no
Congresso Nacional em regime de urgência a pedidos da governista UNE, resultado
das discussões entre a UNE, MEC, CUT e os empresários (FIESP, FIRJAN, CNI), mas
não foi aprovado na câmara, devido a desacordos entre ministérios e
entre as duas frações burguesas sobre a política educacional. Todas estas
medidas não foram capazes de mexerem na arquitetura acadêmica.
Como outra tática política para
encaminhar a reforma e reformular a estrutura acadêmica das universidades
governo criou em 2007 o Projeto Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (REUNI), também chamado de Universidade Nova, que mantinha o pilar da
lei orgânica, ou seja, o chamado Ciclo Básico de Ensino e maior possibilidade
de investimento privado com total controle das empresas. O ano de 2008 serviu
para aprovar as medidas. O objetivo era mudar a estrutura acadêmica e retirar
poder dos departamentos, centralizando ainda mais. Entretanto, o projeto
aumentou poderes departamentais, comprando vários professores em torno de mais
verbas, tão escassas no período FHC, e manteve intacta a antidemocrática
estrutura eleitroral na proporção 70-20-10.
Em nível nacional temos a continuidade da aprovação do novo Plano
Nacional de Educação (PNE) que promete abrir cada vez mais espaço para o setor
privado, inclusive com financiamento público. A MP 520 foi aprovada e logo a
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) estará em ação,
simbolizando uma gigantesca derrota para o setor docente, sindical e
estudantil. Esta empresa, uma grande “fundação” de direito privado, abrirá os
Hospitais Universitários de todo o país para convênios privados, dará
continuidade à contratação flexibilizada e precarizada de servidores além de gerir
pólos de pesquisa, ensino e extensão públicos que são os Hu’s.
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