sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Carta do SESO EM LUTA, lida no colegiado de curso na ESS-UFF de Niterói, no dia 02/10/08

Nos mais diversos espaços políticos atualmente, os estudantes em luta vêm se esforçando muito para conquistar a ‘Assembléia Comunitária’ na UFF, como também em outras Universidades.
A Assembléia Comunitária é um espaço de discussão e deliberativo, que reúne os vários grupos e categorias de uma instituição para se inteirarem de um mesmo assunto em iguais oportunidades de participação, decisão e opinião sobre qualquer assunto inerente à instituição.
E por que na UFF, as lutas que vem se travando, esta bandeira vem se destacando?
Porque viemos lidando com o autoritarismo não só da reitoria, ou do governo Lula, mas também dos Colegiados de Cursos e dos Institutos.
Nós, estudantes desta Universidade, estamos vivendo um grande desgaste, devido aos inúmeros enfrentamentos com a imposição da Reitoria, que fez de tudo para nos desmobilizar como também a classe trabalhadora organizada, querendo registrar o que nunca aconteceu: um consenso da comunidade universitária favorável ao Projeto de Expansão e Reestruturação das Universidades – REUNI (o ano passado todo, como principalmente este ano, pois o projeto neoliberal está rapidamente “saindo do papel”, como sempre).
O que também nos marca bastante é que a maioria das unidades universitárias foi clara em sua NÃO aderência a este programa, inclusive o Serviço Social. Porém, depois de aprovado, esperávamos no mínimo que os professores, assim como os estudantes, se posicionassem contrários neste ano, mas infelizmente não foi assim que aconteceu.
A aceitação dos professores no último colegiado do banco de professores-equivalente gerou um sentimento nos estudantes de indignação em relação aos professores com sua postura ACOMODADA, junto ao projeto, contrastando com a postura de luta de alguns dos mesmos nos enfrentamentos no ano passado.
Queremos deixar bem claro, que somos contra REUNI, e contra a PNI do Ministério da Educação, que decreta o banco de professores-equivalente! Assim como o Governo Lula e toda a lógica neoliberal, que é de se esperar que um Estado burguês pratique.
Eis “Portaria Normativa Interministerial n° 22, do dia 30 de abril de 2007”, vinda do “Gabinete do Ministro”, Artigo 6°:

As novas autorizações para contratação de docentes, correspondentes à EXPANSÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS, serão expressas em professores-equivalente, por acréscimo ao banco constituído na forma desta Portaria. [a letras maiúsculas ficam por nossa conta]

Ou seja, todos os próximos professores segundo o Governo seguirão a lógica precarizada do banco de professores-equivalente.
Percebemos também que a discussão está para além do APROVAR ou DESAPROVAR o REUNI, e devemos sim, nos perguntar de que lado estamos nesta luta: do Estado neoliberal ou do lado dos atuais e futuros trabalhadores desta Universidade. Escolhendo o lado dos trabalhadores devemos sim, refutar toda lógica mercadológica do ensino público e todas as artimanhas deste Estado, como o REUNI e a PNI (aqui mencionada).
Neste sentido o que define a comunidade universitária não é ser professor, estudante ou técnico-administrativo, se acreditamos de fato que a luta é de classes, e sim se pensamos como PROLETÁRIOS ou BURGUESES!
Por isto queremos algo para além do voto paritário inclusive – por entender que esta forma de participação proporciona uma hierarquia na comunidade universitária: no topo os professores, depois os técnico-administrativos e por último os estudantes.
Chamamos a atenção por fim que a Assembléia Comunitária só terá sentido igualitário se o voto for UNIVERSAL! Pois assim, cada um em sua individualidade poderá escolher o seu lado de atuação, claro que depois de um debate coletivo e decidir por um melhor futuro para a universidade que desejamos construir.


“SE NÃO HOUVER OUTRA FORMA DE GESTÃO, ESTAREMOS A FAVOR DO CAPITALISMO!” – T. SOBRAL


Niterói, 02 de Outubro de 2008.

SESO EM LUTA estava no piquete do dia 10/09/2008, elaborou a carta e divulgou, com outros companheiros, a todos os presentes

Aos estudantes, funcionários, professores, pesquisadores e técnicos-administrativos,

Nós, integrantes desta Universidade, em sua maioria estudantes dos cursos pertencentes ao Instituto de Ciências Humanas e Filosofia – ICHF, como também estudantes de Serviço Social, de Pedagogia, de outros cursos e outros companheiros, nos reunimos ontem (09/09/2008) em Assembléia do ICHF amplamente divulgada, embaixo do Bloco N, para discutirmos os nossos posicionamentos em relação ao REUNI, Projeto de Expansão do ICHF e o curso de Segurança Pública, que o governo e esta reitoria, com a colaboração do colegiado do ICHF querem nos impor, desprezando completamente a opinião dos estudantes que vêm se organizando e se fortalecendo cada vez mais. Aos burocratas da academia dizemos NÃO AO CURSO DE SEGURANÇA PÚBLICA! Seja na UFF ou em qualquer lugar.
Queremos também manifestar que continuamos na luta contra a implementação do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades – REUNI aprovado pelo REItor Roberto Salles em dezembro do ano passado, cabalmente impositiva; passando por cima dos movimentos organizados atuantes na Universidade. Aliados ao Roberto Salles se encontram Kant (idealizador do curso de Segurança Pública) e Palharini (eleito para dirigir este Instituto), que com a mesma postura totalitária, vem jogando do outro lado atropelando a opinião de que os estudantes tem autonomia de decidir o que é melhor para nós e para nossa universidade .
Na certeza, que a SEGURANÇA que os trabalhadores precisam é o pão de cada dia, e não a repressão especializada do Estado burguês. Convictos que o ensino que os estudantes querem conquistar é um ensino de qualidade, voltado aos interesses da classe que vive da força do seu próprio trabalho e seguros que a luta entre classes se dá justamente na luta e não em negociações amistosas com os burocratas em espaços ilegítimos como o colegiado, estamos convencidos que já não dava para esperar mais e precisávamos fazer ecoar a nossa inquietação e nossa revolta por tanta injustiça cometida, vindas dos autocratas (*) que se autodenominam donos do poder, a começar pelo fechamento dos Blocos N e O na presente data.

Assim, decidimos em assembléia paralisar as atividades do bloco N e O na data presente. Convidamos você e toda a comunidade universitária que se sensibiliza com esta luta, se sentindo como parte dela, venha discutir e lutar conosco.

OS PIQUETES FECHAM OS PRÉDIOS, MAS ABREM CAMINHOS!
DERRUBAR O PROJETO DE EXPANSÃO DO ICHF!

* - havia na carta divulgada no ICFH um adjetivo que foi retirado aqui no blog,por uma alto avaliação de que seria um erro de leitura política.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Acampamento Unifesp: Monção de apoio as universidades mobilizadas.



Isso não é apenas uma moção de apoio, mas um chamado à luta unificada pela total reestruturação do poder na universidade.

Os estudantes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) estão acampados na frente da reitoria, reivindicando principalmente a participação efetiva dos estudantes nos órgão de deliberação da universidade, com o intuito de transformar esta, que está falida e não produz mais conhecimento útil para o desenvolvimento da humanidade, atendendo apenas a uma lógica de mercado que só visa obter lucro para a classe burguesa. Isso fica muito claro se observarmos a quantidade de capital privado que é “injetado” nas pesquisas das universidades, como se fossem investimentos em bolsas de valores. Enquanto isso, as salas de aulas das estão caindo aos pedaços, há falta de professores e não existe assistência estudantil de verdade.

Por isso apoiamos a luta dos companheiros da UERJ, UFSJ, Uncisal, Unir, UFF, UENF, por entendermos que é preciso construir a unidade na luta do movimento estudantil para reivindicarmos a proporcionalidade nos órgão de deliberação da universidade, pois somente os estudantes, que são os menos atrelados à burocracia universitária, ao lado dos trabalhadores em defesa do poder popular, podem enfim mudar os rumos da universidade.

A proporcionalidade (governo tripartite) é o autogoverno proporcional aos três setores que compõe a universidade: professores funcionários e estudantes. Esta proposta garante representação real da base que compõe a comunidade acadêmica. Diferentemente da paridade, que não passa de uma farsa mascarada de democracia. A paridade mantém a eleição e a lista tríplice, além disso, o voto de estudantes e funcionários continua valendo menos do que o dos docentes. Isso porque o calculo é feito em cima do total de integrantes de cada segmento, portanto na universidade, onde a maioria é de estudantes, a porcentagem que lhe é referida é dividida em muito mais membros, fragmentando o peso do voto.

Chamamos a todos a levar a discussão da estrutura de poder na universidade, atualmente imposta pelo governo e que é o principal gerador dos problemas apresentados, como a falta de assistência estudantil, professores, infra-estrutura e o autoritarismo dos docentes, entre outras coisas.

Acampados Vila fora CONSU, Unifesp – São Paulo, 15 de setembro de 2008.

Fonte:http://www.acampamentounifesp.blogspot.com/

Paralização do estudantes de Serviço Social UFF

Carta Aberta dos Estudantes de Serviço Social/UFF

Após o colegiado ampliado de 16 de setembro, onde foi muito debatido entre
estudantes e professores sobre a implementação do REUNI via ESCOLAS E
INSTITUTOS, os estudantes reafirmaram sua posição contraria a este decreto e
também, contra todas suas implicações na universidade publica. Isso significa
que não cairemos na chantagem do governo, que tenta impor as metas do REUNI
sobre a precarização da educação publica.
Sofremos com a falta de professores e assistência estudantil, mas isso não
significa que devemos ceder e aceitar as migalhas oferecidas pelo MEC, a efeito
do que ocorre com ampliação de vaga de apenas dois professores oferecidos dentro
das imposições do REUNI .Não entendemos que este decreto está em disputa, mas
sim que somos contrários a ele, pois representa um ataque a educação.
A expansão da universidade não pode ser excludente e nem pode ser acompanhada
da precarização do trabalho, portanto, sem discutir o acesso livre e o fim do
vestibular estamos colaborando com a lógica excludente da universidade elitista,
assim como se superlotamos as salas de aula estaremos precarizando o trabalho
dos docente e servidores.
É preciso resistir contra os ataques do governo neoliberal e a hora de nos
mobilizarmos unidos, É AGORA!
Queremos sim professores e condições de estudar, assim como queremos que os
trabalhadores possam estar dentro da universidade e que esta, esteja a seu
serviço.
Porém entendemos que com o REUNI isso não é possível, pelo contrario, é uma
afronta, uma tentativa de retirar nossos direitos.
E o que fazer nesse momento, se calar e buscar uma solução administrativa que
amenize a situação?
NÃO! Devemos confiar na força do movimento pois, cair na chantagem é aceitar a
derrota.
Por essa razão estamos paralisando a escola de serviço social e continuaremos
na luta CONTRA O REUNI E POR UMA UNIVERSIDADE A SERVIÇO DOS TRABALHADORES!

ABAIXO O REUNI!
SEJA REALISTA EXIJA O IMPOSSÍVEL!
ATÉ A VITÓRIA!

Diretório Acadêmico Maria Kiehl